Com apenas 23 anos de idade Gláuber Rocha dirigiu Deus e o Diabo na Terra do Sol, um dos filmes mais importantes do cinema nacional. Esteticamente belo e tematicamente relevante, trata-se de um trabalho responsável pela mudança de paradigmas.
O baiano Gláuber Rocha utilizou inúmeras influências cinematográficas e literárias para criar esta obra. Não é difícil perceber aspectos que remetem a Buñuel, Eisenstein, Godard e até a John Ford e seus westerns. Quanto a literatura, temos aqui cenas que parecem ter sido retiradas dos livros de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos, o que só pode ser bom negócio.
Durante quase 2 horas de filme, acompanhamos a sofrida saga de uma família pelo sertão nordestino. Após cometer assassinato, Manuel vira um fugitivo e torna-se mais um seguidor do religioso Sebastião, um tipo de Antonio Conselheiro e depois entra para o cangaço junto com Corisco, ex-parceiro de Lampião. A pobreza e a pouca esperança de dias melhores são retratadas de maneira contundente. Violência, misticismo e sacrifícios também não faltam.
Deus e o Diabo na Terra do Sol é um filme forte, impactante e igualmente belo e angustiante de se assistir. Além do aspecto técnico, das influências e das atuações, é de se admirar o seu teor político, algo inevitável em um Brasil que estava prestes a sofrer o golpe militar de 1964.
Precisarei enriquecer minha cultura e rever o filme para aproveitá-lo com a mesma profundidade que você. Mas deverá valer a pena!
Cumps.
só pelas imagens e a trilha sonora o filme já vale a pena… a segunda que vez que assisti, após ler um monte sobre ele, gostei ainda mais.
É o tipo de filme que é preciso realmente ver com outro olhar, com mais informações para poder ser devidamente apreciado.