Não existem dúvidas de que a atuação de Matthew McConaughey é o grande destaque de Clube de Compras Dallas, mas o filme também possui uma história envolvente e socialmente relevante. A trama é focada em Ron Woodroof, um homofóbico que descobre ter AIDS em plena década de 1980. O diretor Jean-Marc Vallée faz um retrato preciso do enorme preconceito que os HIV positivos sofriam naquela época, principalmente devido a total desinformação.
Ron Woodroof é diagnosticado com AIDS e o seu médico lhe dá apenas 30 dias, isso por causa da baixíssima contagem de suas células CD4, dos sintomas intensos e de seu estilo de vida arriscado. Ron decidiu lutar pela própria vida de todas as formas e conseguiu amostras do medicamento AZT, que ainda estava em fases de testes durante esse período.
O fato é que o AZT, inicialmente, revelou-se uma droga extremamente tóxica, ao contrário de outras substâncias originárias de outros países. Ron foi em busca delas, mesmo sem a aprovação do FDA. Ele não só fez uso próprio das substâncias, como criou um clube no qual os membros poderiam utilizar os remédios, desde que trouxessem o combinado valor de 400 dólares.
Todos sabemos da sede de lucro das indústrias farmacêuticas, o que é bem retratado aqui. Alguns podem pensar que Ron Woodrof tinha essa mentalidade, mas, na realidade, ele se preocupava sinceramente com o estado clínico dos membros do clube. Tanto que ele se transformou em um ativista da causa.
O que emociona mesmo em Clube de Compras Dallas é o arco narrativo do personagem Ron, interpretado com visceralidade por Matthew McConaughey. O ator perdeu cerca de 20 quilos para o papel, o que comprova seu comprometimento com o projeto. De um homofóbico de carteirinha (algo que rende bons momentos de humor), para uma pessoa capaz de defender seus antigos “alvos”. A amizade dele com Rayon não me deixa mentir.
A disputa do Oscar de melhor ator vai ser boa. Mcconaughey, DiCaprio e Ejiofor tiveram desempenhos brilhantes e os três merecem a estatueta.
8/10
Mesmo reconhecendo ser um ator competente, não tinha qualquer simpatia pelo Matthew McConaughey, mas já começo a rever minha posição. Queria ter visto mais filmes candidatos ao Oscar 2014. Que bom ter vocês, jovens cinéfilos, para nos manter informados do que vale a pena. 😉 um abraço, S.
Nessa época de Oscar eu vou atrás dos indicados, quase que religiosamente! hehe
O Matthew McConaughey tinha uma mania de escolher roteiros duvidosos, mas agora ele renasceu totalmente. Grande ator.
Abraços!
Também gostei. Tinha tudo pra virar um dramalhão e é muito bem contornado.
Exatamente pedro. Já vimos vários filmes sobre o tema que se tornaram dramalhões bem forçados. Este se sobressaiu!
Os dois atores fazem o filme valer a pena. A emoção que eles passam vai além da transformação física deles.
Fato. Jared Lato é um bom ator, reconhecimento merecido.
* Leto
A história é bonita realmente, mas o filme em si não é lá muito original ou inspirador assim. Agora as atuações são realmente impressionantes e dignas de muitos prêmios.
Pois é… bacana ver o McConaughey sendo reconhecido pelo grande ator que é.