Em sua estreia no cinema americano, o cineasta sul-coreano Chan-wook Park economiza no sangue e na violência, mas realiza uma obra forte, difícil de agradar aquele público que espera apenas o mero entretenimento de um filme-pipoca.
Na trama, acompanhamos a garota India Stoker no momento em que esta perde o pai em um acidente de carro. Como sua ligação com o pai era forte, a garota sente muito a morte dele. As coisas parecem mudar um pouco com a chegada do tio Charlie, cuja existência era desconhecida para ela até então. O fato é que Charlie não parece ser uma pessoa comum. Existe uma aura de mistério em torno dele e aos poucos algumas revelações são feitas.
Aliás, ficamos boa parte do filme um tanto perdidos. India Stoker tem seus sentidos aguçados. Ela escuta coisas que os outros não escutam e vê coisas que os outros não enxergam. Mas… como? Temos que assumir que se trata de algum dom advindo do além ou algo assim. Algumas situações que poderiam render momentos de impacto acabam pouco exploradas, como o bullyng que a garota sofre no colégio e a presença da tia Gin.
De qualquer forma, há um clima interessante de suspense e algumas situações intensas e moralmente perturbadoras, como indícios de incesto e a relação entre violência e prazer. Tudo isso muito bem trabalhado pelo ritmo cadenciado que o diretor imprime. Trata-se de uma história de amadurecimento que transita por gêneros de maneira original e que conta com reviravoltas que surpreendem. É uma pena que fica aquela sensação de que faltou algo para fazer deste filme algo realmente memorável.
7/10
Concordo plenamente, mas minha nota seria 6. Para ser sincero, achei o filme tão pálido em comparação com o hype que até perdi o interesse em futuras obras americanas do diretor.
O Chanwook Park é um grande diretor e, apesar do grande elenco, esse “Segredos de Sangue” parece ter passado completamente despercebido. E isso, na maioria das vezes, não é um bom sinal.
Eu diria que é o filme menos legal desse diretor, talvez por estar ainda “se adaptando” ao cinema gringo, mas mesmo assim é um bom filme
Gosto muito do Park, mas reconheço que , por enquanto, ele aparenta não se sentir a vontade fora de seu âmbito. O filme pode ser bom, quando se compara com sua trilogia se vê a diferença drástica.
Abraços!
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