Por mais que assistir a Amor seja doloroso, trata-se de uma experiência das mais comoventes e sinceras oferecidas pelo cinema dos dias atuais. Aqui acompanhamos um casal de idosos que levava uma vida normal até a mulher sofrer um AVC. Anne perde o movimento do lado direito do corpo, mas com a ajuda do marido Georges ela consegue se adaptar a situação, ainda que obviamente fique cada vez mais abalada psicologicamente. Mesmo que aparente estar sempre cansado, Georges passa a cuidar de Anne neste momento delicado, seja dando banho, ajudando ela a fazer exercícios, comprando uma cadeira de rodas confortável e assim por diante. Infelizmente, o quadro de Anne piora e é aí que o sofrimento vai tomando conta. A atriz Emmanuella Riva tem uma atuação impressionante, transmitindo de maneira realista e contundente como é ficar nesse estado.
É inegável a presença de um forte sentimento entre os dois e isso costuma ser difícil de ser mostrado com autenticidade na telona. O ato final reserva momentos angustiantes e abertos a interpretações, algo que sempre podemos esperar de um diretor como Michael Haneke.
8/10
Crítica: Amor (2012)

Gostei muito deste filme, acho um dos melhores da carreira de Haneke e o que mais me surpreende aqui é a frieza do roteiro, sóbrio ao limite. A dupla de atores me encantou (acho que Jean Louis Trintignant também merecia ovações parecidas às de Riva). Lembro que duas cenas chegaram a me incomodar muitíssimo, mas é imprescindível que percebamos como Haneke analisou o caso delicado dos dois. Grande filme.
Abraços!
E põe sofrido nisso. Alguns momentos são de passar mal. Mas, é tudo muito sincero e bem conduzido, de fato. Um grande filme.
Eu não conhecia o trabalho de Haneke, me apaixonei, trabalho excepcional com a ajuda de Riva e Trintignant que tiveram atuação fantástica.
Para mim o filme que teve esse efeito foi A FITA BRANCA. Haneke é brilhante!
Realmente, o filme é interessante e incomoda. Acho as atuações muito boas, mas algo no ideologia do desfecho que não me desce. Ainda postarei minha crítica do filme. Abraço.
Também prefiro “A Fita Branca”, Bruno. E o título do filme, “Amor”, me enganou. Esse amor que se isola, que mantem filhos afastados, que se apega cegamente a uma promessa, é assustador. Os pais não se sentiam à vontade junto da filha? Que a sogra preferia o genro à distância foi mencionado. Mas o filme é forte, bem feito, e os protagonistas tem atuação brilhante.