O que dizer de um filme que é indicado a 14 Oscars e vence 6, que sempre está no topo de conceituadas listas de melhores filmes e faz parte do top 250 do IMDb? Claramente é uma experiência que agrada tanto aos críticos profissionais quanto ao público. E não é para menos.
A Malvada se destaca principalmente por dois motivos: as atuações e o roteiro. Não que tecnicamente ele não seja bom. O diretor Joseph L. Mankiewicz realiza um trabalho correto, sem inovações e sem exercícios de estilo, algo essencial para o filme funcionar. Ele simplesmente deixa os atores e atrizes darem vida ao roteiro e isso eles fazem de uma maneira magnífica.
Mas do que se trata esse clássico? Temos aqui uma história sobre os bastidores do teatro, sobre os atores, atrizes, roteiristas e diretores que fazem o espetáculo acontecer. Margo é a estrela absoluta que está começando a sentir a idade pesando nas escolhas de roteiros e Eve é a admiradora número um de Margo, mas que na verdade sonha em tomar o lugar dela.
A maneira com que Eve busca esse sonho é algo maquiavélico. A princípio ela toma atitudes aparentemente inocentes, mas aos poucos vamos percebendo o quão baixo ela pode chegar para atingir sua meta. Ela se utiliza de um sangue frio invejável, preferindo mil vezes o sucesso do que manter uma relação pessoal sincera. Quando entendemos quem Eve realmente é até temos uma surpresa, mas as pistas estão lá desde o começo.
Margo, no início, nos desperta uma certa antipatia pelo seu excesso de estrelismo, mas com o tempo passamos a compreende-la melhor e acabamos nos conectando com ela, o que só demonstra o excelente trabalho da atriz Bette Davis, que foi indicada ao Oscar, mas infelizmente não levou o prêmio.
Trata-se de um filme recheado de diálogos significativos, com humor ácido, cinismo, sarcasmo e até um pouco de romance. É uma tarefa impossível encontrar um diálogo desnecessário. Tudo o que é dito merece ser dito, algo que colabora bastante para o desenvolvimento dos personagens e do filme como um todo.
Para realçar essa falta de apego a amizades sinceras e a ideia de que vale tudo pela fama, temos um desfecho dos mais inspirados mostrando que o ciclo não vai deixar de se repetir.
8/10
“A Malvada”, pra mim, é um daqueles clássicos indiscutíveis do cinema. Uma obra maiúscula com uma excelente direção, grandes atuações e um roteiro primoroso, que desenvolve tão bem os personagens, a natureza do relacionamento entre Eve e Margo Channing. Adoro! Adoro mesmo!
Pois é… poucas vezes vi diálogos tão bons. A relação entre Eve e Margo é a essencia do filme! Excelente
Boa a sua pergunta inicial. Quem gostou do filme poderá chover no molhado, afinal, elogios é o que não falta a esse clássico. Mas, e quem não achou nada demais? É complicado… É um filme que entretém, tem boas atrizes, um pano de fundo interessante mas que, francamente, não me deixou boquiaberto. Gosto de filmes impactantes e visuais, só trololó não me impressiona. Ainda assim, trata-se de um clássico inegável.
Eu tb prefiro experiências visuais diferenciadas, tanto que Kubrick e Tarkovsky estão no meu top 5 de diretores… mas os diálogos e as atuações de All About Eve foram mais do que suficientes pra eu curtir bastante o que vi, mas não o suficiente pra uma nota maior que 8!
abs
Clássico, sem pensar duas vezes! E a Margo Channing é um dos personagens mais emblemáticos da Bette Davis – que merecia ter levado seu terceiro Oscar por esse papel.