Homens e Deuses é um drama histórico que mostra a rotina de monges franceses vivendo na Argélia e a ameaça que eles recebem de terroristas presentes na região. Existe um enorme cuidado do roteiro e da direção para deixar o público familiarizado com o dia-a-dia dos monges. De maneira lenta, mas não cansativa, observamos os monges realizando trabalhos simples como cuidar do jardim e outros mais complexos, como ajudar a população da aldeia em questões médicas, tudo isso sem trilha sonora, algo que ajuda a nos transportar para aquele mundo. As coisas ficam complicadas quando terroristas aparecem pedindo ajuda. Os monges sabem que agora as coisas serão diferentes e existe uma chance da próxima visita dos terroristas ser mais violenta. A questão é: voltar para a França ou continuar na região com o perigo batendo à porta? O filme é hábil em prender a nossa atenção e em fazer nos importar com cada personagem, afinal, eles são bem desenvolvidos pelo roteiro e ganham vida de maneira memorável nas mãos de ótimos atores. Muitas ideias de cunho filosófico e moral são debatidas, sempre de maneira significativa e nunca soando maçante. O ápice de Homens e Deuses é a cena em que os monges degustam um copo de vinho ao som de O Lago dos Cisnes. A emoção que essa cena transmite não é algo que vemos todo dia no cinema. É difícil entender a ausência deste trabalho no Oscar 2011.
Crítica: Homens e Deuses (2010)

Ah, a cena ao som de “O Lago dos Cisnes”! Coisa linda! Todos se olham como se receosos de não se permitirem aquela pequena alegria, mas logo se rendem a ela, ainda contidos. Um ótimo filme. A fotografia também tem grande papel em envolver a plateia — ora pouca luz, ora a neblina, ora o cinza. [7/10]
exatamente mateus… momento de raro prazer deles!
Esse foi um dos filmes estrangeiros mais elogiados dos últimos anos. Realmente, inconcebível a ausência dele do Oscar. Quero assistir!
acho que merecia a vaga no lugar de KYNODONTAS, apesar de ser um ótimo filme tb!
Não tive coragem de assistir o filme no cinema. Geralmente vejo drama em casa e sozinha, para chorar à vontade. À medida em que lia sua postagem, Bruno, ia lembrando da rotina de vida dos monges cartuxos no documentário ‘Into Great Silence’ (http://bystarfilmes.blogspot.com/2009/07/into-great-silence.html). Um filme diferente, especial, que até hoje não foi lançado no Brasil.