Em Vergonha o cineasta sueco Ingmar Bergman mostra como as mazelas da guerra podem atingir qualquer pessoa, mesmo que ela não esteja nem aí para as motivações políticas do conflito. Na primeira parte, o diretor de fotografia Sven Nykvist explora no preto e branco as belezas da ilha em que o filme foi rodado e Bergman tem tempo suficiente para nos apresentar ao relacionamento do casal composto por Eva (Liv Ullmann) e Jan (Max Vond Sydow).
Quando as primeiras bombas estouram ao redor da casa o medo toma conta do casal. Bergman transmite com maestria a sensação de que alguma coisa ruim está sempre prestes a acontecer. O clima hostil dura até o desfecho desesperançoso e inevitável.
O filme é um estudo de como uma situação extrema afeta e modifica o comportamento do ser humano. É assustador acompanhar o arco narrativo dos personagens, principalmente o de Jan. No início ele demonstra não ser capaz de matar uma galinha, algo que se transforma drasticamente nos minutos finais.
Algumas questões morais são levantadas, todas tendo como base a guerra e as mudanças que ela proporciona nas atitudes dos que sofrem com ela. Vergonha é um filme difícil, cuja conclusão fica martelando em nossas cabeças por algum tempo.
8/10
IMDb
Crítica: Vergonha (1968)

Wow, bacana ver um texto de “Vergonha” na blogosfera. Geralmente, é considerado um filme menor de Bergman e muitos não dão atenção à maestria dessa obra. Particularmente, considero um dos melhores do sueco. Cru, realista, doloroso e poético, aquele final fica por muito tempo na nossa cabeça e a câmera nervosa do diretor acompanhando os protagonistas – e que atores! – é um espetáculo aos olhos. Vergonha quem diz gostar de cinema e não ter visto essa obra-prima menor =P
abs, Bruno!
Elton, Liv Ullmann e Max Von Sydow fazem um par incrível. Não é à toa que Bergman os utilizou em vários filmes. Realmente, Vergonha é considerado um filme “menor” dele, mas pra mim entrou no top 5 do diretor!
ABraços.
Adoro Ingmar Bergman, ainda mais com Liv Ullmann. Vergonha é eu não ter visto ainda esse filme (não resisti ao trocadilho).
bjs
Hhuahua… é um trocadilho que fica coçando nos dedos…
Concordo que seja um filme difícil. Apesar de seus temas importantes, não acho esse filme tão memorável ou impactante quanto suas outras obras dos anos 60.
Pois é, pelo o que eu li e pela própria nota dele no Rotten, acabou não sendo colocado junto às grandes obras do Bergman, de qualquer forma, se tornou um dos meus preferidos dele.
Ingmar Bergman é uma lacuna cinematográfica que tenho! Uma vergonha isso! 🙂
Bacana. Só assisti um do cara, A Hora do lobo, e já virei fã. Um dos melhores filmes que já assisti. Obra-prima.
Tenho que assistir este aí que você falou.