Me assustei quando li que um remake do sueco Deixe Ela Entrar seria feito. Eu pensava que a empreitada serviria apenas para arrecadar uns dólares e, inevitavelmente, estragar algo que já era excelente. Que surpresa! O resultado é quase tão bom quanto o original. Bom saber que um excelente filme sobre vampiros ainda pode ser feito nos Estados Unidos.
Deixe-me Entrar nos apresenta a Owen (Smith-McPhee), um garoto magrelo e sensível, vítima de um forte bullying no colégio. Sem muitos amigos, ele se aproxima de Abby, uma garota que acaba de se mudar para o mesmo prédio em que ele vive. Owen aos poucos percebe que Abby não é uma garota comum. A verdadeira identidade dela é desvendada aos poucos, sem pressa, com algum mistério, suspense e muito sangue. O diretor Matt Reeves impõe ao filme um clima melancólico e perigoso, investindo em uma fotografia escura e cenas fortes, que colaboram para a dramaticidade da história.
É um remake que captura a essência do original, copiando algumas cenas, mas também trabalhando novos aspectos que lhe dão vida própria. Como exemplo, cito a aterrorizante sequência do banheiro. Reeves oferece um suspense digno de alguém que sabe o que faz atrás da câmera. O diretor também soube, de maneira exemplar, apresentar muitas características que fazem parte da mitologia do vampiro. Prato cheio para quem gosta do tema. Claro que Chloe Moretz e Kodi Smith-McPhee também foram muito importantes para que o filme funcionasse, principalmente Moretz, que só com o olhar consegue revelar toda a tristeza e experiência de Abby. Até agora você só leu elogios, certo? A única falha que posso encontrar é o fato de Deixe-me Entrar não ter um ar poético tão eficiente como tem o filme sueco. A diferença pode ser vista na cena da piscina. Enquanto no americano ela é competente e merecedora de elogios, no sueco ela é uma mistura de violência e arte raramente vista no cinema. Mas aí era pedir demais…
Título original: Let Me In
Ano: 2010
País: USA
Direção: Matt Reeves
Roteiro: Matt Reeves
Duração: 116 minutos
Elenco: Chloe Moretz, Kodi Smith-McPhee, Richard Jenkins, Cara Buono, Elias Koteas,
/ deixe-me entrar (2010) –
bruno knott,
sempre
Eu fui ver ontem e gostei muito também. É mais um diretor para eu observar de perto, o Matt Reeves. Já tinha gostado dele em Cloverfield e agora ele faz um remake como deve ser feito. Por que os filmes sobre o universo vampírico não podem ser assim? Têm necessidade fazer porcarias como Crepúsculo e a série Vampire Diaries?
E bota porcaria…
Verdade, Matt Reeves foi ótimo em Cloverfield, provavelmente é o melhor filme-documentário desde A Bruxa de Blair! Tb vou observa-lo mais atentamente.
Que bom, fico aliviada que esteja fiel ao clima do original, pensei que eles iam tornar um terror sem alma. Ainda não estreou aqui, estou no aguardo.
bjs
Um terror sem alma era algo provável… sorte que não foi assim!
Queria assistir ao filme original antes de ver o remake, mas tá difícil…
Te entendo perfeitamente!
Assim como a Kamila, espero conferir o original primeiro….
Justo!
Verei essa semana, você me deu um ânimo! Adoro Chloe Moretz!!! Em Kick-Ass ela cativa!
Essa garota é sensacional.
Bruno, eu perdi o Deixe Ela Entrar! Vamos ver se existe nas locadoras do meu bairro, enquanto espero o “Deixe-me Entrar”. A Kamila me deixou preocupada…
Pois é… talvez seja melhor ver o original primeiro!
Gostei do filme, mas longe de considerá-lo 5 estrelas. “Deixe-me Entrar” pra mim é o que a obra sueca seria sem citações a homossexualidade, pedofilia ou qualquer termo que Tomas Alfredson engenhosamente tenha aberto portas para abstrairmos em Deixa Ela Entrar.
Creio que Matt Reeves opta por fazer uma narrativa mais voltada a sobrevivência de Abby e é a partir dessa batalha que geram alguns momentos tensos e o que liga os personagens principais um ao outro. Mas, ha uma certa dificuldade em sentirmos envolvidos pelo relacionamento dos dois e com isso, acarreta alguns diálogos frouxos, sem impacto e até mesmo um pouco enjoativos para o espectador.
Remakes por remakes, Deixe-me Entrar não nos envergonha e nem ofende o longa sueco, justamente por deixar clara a proposta de partir para outros princípios e não se atrever a ir onde somente a obra principal teve a capacidade de ir. O respeito em deixar o que a obra de Tomas Alfredson tem de único é a sua principal qualidade, mesmo que seja única por inteira.
O filme só comprova o quanto a obra original é insuperável.
Cara, seu comentário é ótimo e eu concordo bastante com ele. O remake, como você percebeu, teve um grande impacto em mim. O relacionamento entre os dois me pareceu bem trabalhando, quer dizer, eu sentia a vontade do garoto em fazer um amigo que fosse e a cena em que Abby fala para ele enfrentar os valentões do colégio é incrível.
Realmente, o original é um filme muito mais corajoso e artístico, mas as qualidades do remake não podem ser esquecidas. Não sei se 5 estrelas é um exagero da minha parte, mas foi o sentimento que tive no fim da sessão!
Abraços e agradeço o comentário.
Finalmente um filme decente sobre vampiros.
Já não era sem tempo!
Um filme desnecessário. O filme sueco é bom demais.
O sueco é excelente, sem dúvida… mas achei esse muito bem produzido tb!
Concordo plenamente com a crítica!